O PDT anunciou nesta terça-feira (4) que vai apoiar o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno e pautou sua campanha por fortes críticas ao petista, seguiu a decisão da legenda. A decisão do PDT foi tomada após uma reunião da Executiva Nacional, que foi realizada de forma semipresencial, com uma parcela do partido na sede nacional da sigla, em Brasília, e outra parte participando por videoconferência. Ciro foi um dos que não estiveram na capital federal.
Desde 2018, Ciro tem escalado nas críticas ao PT e a Lula, de quem já foi ministro da Integração Nacional. Em diversas entrevistas e eventos, o pedetista chamava o petista de “enganador de serpentes” e disse que viu Lula “se corrompendo”. O presidente do PDT, Carlos Lupi, minimizou as críticas de Ciro ao PT. “O processo político às vezes se acirra de uma maneira, eu vivi isso com Brizola e Lula lá em 1989. Um teria que engolir o sapo barbudo, o outro fugiu com a saia da mãe. Uma coisa muito forte. Isso não impediu Brizola de estar com Lula na campanha”.
De acordo com o dirigente partidário, quem for convidado pelo PT para subir no palanque de Lula, deverá ir. Lupi evitou dizer como o ex-governador do Ceará vai contribuir com a campanha do petista, mas afirmou que o ex-ministro não irá para a Europa, como fez em 2018. “O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou esse apoio”. Lupi foi convidado pelo PT e deve ir ainda hoje para São Paulo se reunir com a campanha do ex-presidente.
Ciro também concorreu à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Na campanha de 2022, ele teve seu pior desempenho e perdeu até no Ceará, sua base eleitoral e onde sempre liderava os votos nas eleições presidenciais anteriores. A disputa deste ano também encerrou a hegemonia do grupo de Ciro no governo cearense e, pela primeira vez em 16 anos, o candidato apoiado por ele perdeu Roberto Cláudio (PDT) ficou em terceiro lugar para governador, atrás de Capitão Wagner (União Brasil) e de Elmano de Freitas (PT), que comandará o Estado a partir de 2023.