Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) mostrou que a presença de gordura abdominal aumenta os riscos para um quadro clínico mais grave da covid-19. Segundo a pesquisa, a gordura visceral, quando comparada com outras espalhadas pelo nosso corpo, apresenta uma infecção maior da doença – veja os detalhes abaixo.
LEIA TAMBÉM
PS do Hospital de Hortolândia estará fechado neste sábado para obras na rede elétrica
Os pesquisadores obtiveram amostras de tecido do tórax de pessoas que morreram de covid, vindas do hospital da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, e compararam com gordura visceral, aquela da barriga, que foi retirada de pessoas que fizeram cirurgia bariátrica no HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp.
Em laboratório, foi realizada a infecção por covid para as comparações. As fotos de microscópio revelaram que a gordura da barriga teve um aumento da coloração verde, o que significa que a gordura visceral tinha 770 vezes mais partículas do vírus do que no tecido do tórax.
“A gordura visceral pode servir como um reservatório para o vírus entrar, ficar e infectar outras células de uma forma mais significativa do que a gordura subcutânea. E essa é uma gordura que, normalmente, está associada a um risco maior de doenças cardiometabólicas, como diabetes tipo 2 e hipertensão “, explica o pesquisador Marcelo Mori.
AÇÃO DO VÍRUS
O aumento da ação do vírus na gordura visceral seria resultado de uma tempestade de citocinas, que são proteínas que funcionam como soldados para nossa imunidade. Entretanto, em excesso, elas miram em células saudáveis e abrem espaço para a ação do inimigo, que é a covid-19.
“Isso pode ser o que determina o paciente desenvolver o caso mais grave da doença e, eventualmente, falecer”, conclui o pesquisador.
A descoberta foi publicada na Nature Comunication, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo. É resultado da força tarefa que une a Unicamp e outras intuições de ensino.
LEIA MAIS