O medo de assaltos e roubos durante a noite no Centro de Campinas faz os alunos matriculados em uma escola técnica andarem em grupos até os pontos de ônibus. Na última sexta (16), uma mulher foi rendida e agredida por um ladrão após o fim das aulas. No fim do ano passado, estudantes de outro colégio na mesma região protestaram depois que uma jovem foi seguida e abusada.
A situação revolta os estudantes, que pedem mais rondas pelas ruas e avenidas. “O policiamento não é visível aqui. Está deixando a desejar, principalmente na hora da saída, que é em torno de 22h e 22h30, quando a gente tem um grande trajeto para chegar nos terminais e pontos de ônibus. Sempre descemos em turma, mas, infelizmente, estão a mercê da criminalidade”, diz Adail Santos.
LEIA TAMBÉM
Veja como é a realidade do Centro de Campinas durante as madrugadas
Quais locais são os mais perigosos?
Os trechos mais criticados envolvem o trajeto entre a Estação Cultura e a Rodoviária de Campinas e também o entorno dos terminais Mercado e Central. Os locais ficam perto de áreas de concentração de pessoas em situação de rua e vulnerabilidade. Entre os locais, estão vias escuras e pouco iluminadas e que ficam perto de uma linha férrea utilizada por traficantes e usuários de drogas.
De acordo com os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), em 2022, foram 1.263 roubos na região central. Já no ano passado, o número cresceu e chegou a 1.350, o que representa um aumento de 6,88%.
Tática para driblar o medo de assaltos
Assaltada na última sexta, Endny Souza da Cruz pretende não repetir o caminho que fez no dia do crime. Ela foi agredida pelo ladrão com uma rasteira, caiu no chão e foi atingida por um soco. “Ele socou minha cabeça, que tá com um corte. A única reação que eu tive, deitada no chão, foi chutar a cabeça e o pescoço dele, porque ele estava em cima de mim. Ele fugiu com minhas coisas”, detalha ela.
Além de alterar o trajeto até a parada de ônibus após o crime e pedir por reforço no policiamento da região central, Endny conta que costuma caminhar o máximo possível com outros estudantes que deixam a unidade. O problema é que o grupo logo se divide, já que cada um usa um ponto diferente. “Os postes têm luzes fracas. Não é um caminho legal, ainda mais pra uma mulher”, critica.
O que a Prefeitura diz sobre a insegurança?
Procurada para comentar as reclamações, a Prefeitura de Campinas alegou que a equipe do Departamento de Iluminação, da pasta de Serviços Públicos, fará uma vistoria no local na noite desta terça (20) para verificar se há lâmpadas queimadas ou se ocorreu algum outro tipo de situação que tenha apagado as lâmpadas. “Os reparos serão feitos o mais rapidamente possível”, diz o texto.
“A Guarda Municipal tem patrulhamento no Centro dia e noite e vai reforçar nas imediações de escolas e terminais localizados nesta região da cidade. A GM também realiza frequentemente operações nesta área para coibir atividades ilícitas, como tráfico de drogas, receptação, furtos e roubos. A região central também conta com câmeras de monitoramento”, destaca ainda o comunicado.
O que diz a secretaria de Segurança Pública de São Paulo?
A SSP também se manifestou e afirmou que as forças de segurança têm atuado em toda a cidade com patrulhamento ostensivo, preventivo e investigativo para combater todos os tipos de crimes, principalmente os patrimoniais. “O trabalho conjunto das duas polícias no ano de 2023, resultou em 1.583 prisões e recuperação de 828 veículos, apenas na área da 1ª Seccional”, justifica a pasta.
Quer ficar ligado em tudo o que rola em Campinas? Siga o perfil do acidade on Campinas no Instagram e também no Facebook.
Receba notícias do acidade on Campinas no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o link aqui!
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Campinas e região por meio do WhatsApp do acidade on Campinas: (19) 97159-8294.
LEIA TAMBÉM NO TUDO EP
Instagram e Threads reduzirão alcance de conteúdo político
Os grandes golpes cibernéticos: conheça os 5 maiores da história